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TDAH em Adultos e Crianças: Sinais Importantes Para Diagnóstico



TDAH mulher sorrindo

Você já se perguntou por que tem dificuldade em manter o foco ou organizar suas tarefas diárias? Se sente frequentemente sobrecarregado com prazos, compromissos esquecidos e uma sensação constante de inquietação? 


O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) afeta aproximadamente 5% dos adultos e 8% das crianças no Brasil, mas muitas pessoas ainda não foram diagnosticadas. 

Muitos adultos passam anos lutando com esses sintomas sem perceber que podem ter TDAH, atribuindo suas dificuldades a falhas de personalidade ou falta de esforço.

Neste artigo, vamos explorar os sinais indiretos que podem indicar a presença do TDAH e ajudar você a entender melhor este transtorno.

Sintomas de TDAH em Adultos e Crianças: Como Reconhecer os Principais Sinais no Dia a Dia

O TDAH não se manifesta apenas através da desatenção ou hiperatividade. 

Existem diversos comportamentos e padrões que, quando analisados em conjunto, podem sugerir a presença do transtorno. É importante ressaltar que apenas um profissional de saúde médico pode realizar o diagnóstico oficial. 


O que muitas pessoas não sabem é que o TDAH pode se apresentar de formas diferentes em cada indivíduo, e os sintomas podem variar significativamente ao longo da vida. Por exemplo, enquanto algumas pessoas apresentam principalmente sintomas de desatenção, outras podem manifestar mais características de hiperatividade e impulsividade, ou ainda uma combinação de ambos. 

Esta variabilidade torna ainda mais importante estar atento aos sinais sutis e buscar uma avaliação profissional quando houver suspeita.


TDAH Não Diagnosticado: Sinais Sutis Que Podem Indicar o Transtorno


Histórico Familiar

A genética desempenha um papel fundamental no TDAH de adultos e crianças. 

Estudos mostram que o transtorno tem um forte componente hereditário, com chances significativamente maiores de manifestação quando há casos na família. 

Se seus pais, irmãos ou parentes próximos foram diagnosticados com TDAH, isso pode ser um indicador importante.


Dificuldades Acadêmicas

As dificuldades escolares são frequentemente os primeiros sinais observáveis do TDAH. Alguns indicadores incluem:

- Notas inconsistentes, alternando entre excelente desempenho e resultados abaixo do esperado.

- Dificuldade em concluir tarefas e projetos, mesmo tendo conhecimento do conteúdo.

- Tendência a postergar estudos até o último momento.

- Necessidade de ambiente absolutamente silencioso para conseguir estudar.


Comportamentos Sociais

No ambiente social, pessoas com TDAH podem apresentar características específicas:

- Tendência a interromper conversas ou mudar abruptamente de assunto.

- Dificuldade em manter compromissos e horários.

- Impulsividade nas relações interpessoais.

- Hiperfoco em atividades de interesse, mas dificuldade com tarefas rotineiras.


Superpoderes do TDAH: Descubra as Vantagens e Potencialidades do Transtorno

Apesar dos desafios, o TDAH também está relacionado a características positivas:

  • Criatividade excepcional.

  • Capacidade de pensar "fora da caixa".

  • Alto nível de energia e entusiasmo.

  • Habilidade de hiperfoco em assuntos de interesse.


É fundamental reconhecer que o TDAH não é apenas um conjunto de limitações, mas também uma fonte de características únicas que podem se tornar verdadeiras vantagens quando bem compreendidas e canalizadas. 


Muitos empreendedores, artistas e inovadores de sucesso têm TDAH e atribuem parte de seu sucesso à maneira única como seu cérebro funciona. 


A capacidade de hiperfoco, por exemplo, quando direcionada a projetos de interesse, pode resultar em níveis extraordinários de produtividade e inovação.


Essas características positivas reforçam a importância de uma abordagem que não busque apenas "corrigir" o TDAH, mas sim compreender e aproveitar seus aspectos únicos para potencializar o desenvolvimento pessoal e profissional.


Quem Pode Ter TDAH? Fatores de Risco e Grupos Mais Suscetíveis

Alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolver TDAH:

  • Pessoas nascidas prematuramente.

  • Indivíduos com histórico familiar de TDAH.

  • Pessoas com transtornos de humor (ansiedade e depressão).

  • Crianças com transtorno desafiador de oposição.

  • Pessoas com outros transtornos do neurodesenvolvimento.


É importante compreender que a presença desses fatores de risco não significa necessariamente que a pessoa desenvolverá TDAH, assim como sua ausência não garante que alguém não possa ter o transtorno. 


Pesquisas recentes têm demonstrado que o TDAH é resultado de uma complexa interação entre fatores genéticos, biológicos e ambientais. Por exemplo, estudos com gêmeos revelam uma herdabilidade estimada entre 74% e 88%, indicando um forte componente genético. 


No entanto, fatores ambientais como exposição a toxinas durante a gestação, complicações no parto e adversidades na primeira infância também podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno. 


Esta compreensão multifatorial tem ajudado os profissionais de saúde a desenvolverem abordagens mais personalizadas e eficazes de diagnóstico e tratamento.


Como é Feito o Diagnóstico de TDAH?

O diagnóstico do TDAH é clínico e deve ser realizado por um psiquiatra. O processo envolve:

  • Avaliação detalhada dos sintomas.

  • Histórico médico completo.

  • Entrevistas com familiares.

  • Testes neuropsicológicos quando necessário.


É fundamental entender que o diagnóstico do TDAH requer uma avaliação abrangente e criteriosa, pois seus sintomas podem se sobrepor a outros transtornos mentais ou condições médicas. 


O processo diagnóstico geralmente leva várias sessões, durante as quais o profissional avalia não apenas a presença dos sintomas, mas também seu impacto em diferentes áreas da vida do paciente, como trabalho, escola e relacionamentos. 


Além disso, o especialista precisa confirmar que os sintomas estão presentes desde a infância e persistem em diferentes contextos, conforme estabelecido pelos critérios diagnósticos do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). 

Esta abordagem meticulosa é essencial para garantir um diagnóstico preciso e, consequentemente, um plano de tratamento eficaz.


Tratamento do TDAH

Tratamento Não Medicamentoso

O tratamento do TDAH geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar, incluindo:

  • Estabelecimento de rotinas estruturadas  

    • Criar horários fixos para despertar e dormir

    • Definir momentos específicos para refeições

    • Estabelecer blocos de tempo para trabalho e descanso

    • Utilizar lembretes e alarmes para manter a consistência  

  • Técnicas de organização e planejamento  

    • Uso de agendas digitais ou físicas

    • Implementação do método 

    • Pomodoro para gestão do tempo

    • Criação de listas de tarefas priorizadas

    • Utilização de aplicativos específicos para organização  

  • Adaptações no ambiente de trabalho ou estudo  

    • Redução de distrações visuais e sonoras

    • Organização do espaço de trabalho de forma minimalista

    • Uso de fones de ouvido com cancelamento de ruído quando necessário

    • Escolha de um local fixo para itens importantes

 

  • Prática regular de atividade física  

    • Exercícios aeróbicos pelo menos 30 minutos por dia

    • Atividades que promovam coordenação motora

    • Esportes em grupo para desenvolvimento social

    • Práticas mindfulness e yoga para aumentar a concentração


Estas estratégias não medicamentosas são fundamentais para o sucesso do tratamento e devem ser personalizadas de acordo com as necessidades individuais. 


A chave está em implementar estas mudanças gradualmente, começando com pequenas alterações e progressivamente incorporando novos hábitos à rotina. 


É importante lembrar que nem todas as estratégias funcionam igualmente para todas as pessoas com TDAH, por isso é essencial trabalhar em conjunto com os profissionais de saúde para desenvolver um plano personalizado que considere seu estilo de vida, preferências e desafios específicos.


Terapia Cognitivo Comportamental

A TCC é uma das principais ferramentas terapêuticas para o TDAH, auxiliando no desenvolvimento de:

  • Estratégias de organização  

    • Aprendizado de métodos para categorizar e priorizar tarefas

    • Desenvolvimento de sistemas personalizados de arquivamento

    • Criação de rotinas de organização sustentáveis

    • Técnicas para manter espaços organizados a longo prazo

 

  • Controle da impulsividade  

    • Identificação de gatilhos emocionais e comportamentais

    • Desenvolvimento de técnicas de pausa e reflexão

    • Aprendizado de estratégias para tomada de decisão consciente

    • Práticas de automonitoramento do comportamento

 

  • Gestão do tempo  

    • Técnicas de estimativa realista de tempo para tarefas

    • Métodos para dividir projetos grandes em etapas gerenciáveis

    • Estratégias para evitar a procrastinação

    • Desenvolvimento de habilidades de planejamento eficaz

 

  • Habilidades sociais  

    • Treinamento em comunicação assertiva

    • Desenvolvimento de capacidade de escuta ativa

    • Aprendizado sobre linguagem corporal e sinais sociais

    • Estratégias para manter conversas focadas


A Terapia Cognitivo Comportamental se destaca no tratamento do TDAH por sua abordagem prática e baseada em evidências. 


Durante as sessões, o terapeuta trabalha em colaboração com o paciente para identificar padrões de pensamento e comportamento que podem estar prejudicando seu desempenho diário. 


Através de exercícios práticos e tarefas estruturadas, os pacientes aprendem a reconhecer seus gatilhos e desenvolver estratégias eficazes para lidar com os desafios do TDAH. Um diferencial importante da TCC é seu foco no desenvolvimento de habilidades que podem ser praticadas e aperfeiçoadas fora do consultório, proporcionando benefícios duradouros mesmo após o término do tratamento.


Além disso, a TCC ajuda as pessoas com TDAH a desafiarem crenças negativas sobre si mesmas que podem ter se desenvolvido ao longo dos anos devido às dificuldades enfrentadas. 


Isto é particularmente importante para adultos que passaram anos sem diagnóstico e podem ter internalizado sentimentos de inadequação ou fracasso. 

O terapeuta trabalha para construir uma nova narrativa mais realista e positiva, focando não apenas nas dificuldades, mas também nas forças e potencialidades únicas de cada indivíduo.


Tratamento Medicamentoso

Quando necessário, o tratamento pode incluir medicamentos prescritos pelo médico, que ajudam a:

  • Melhorar a concentração  

    • Aumento da capacidade de manter o foco em tarefas importantes

    • Maior facilidade para filtrar distrações externas

    • Melhoria na capacidade de completar tarefas até o fim

    • Maior clareza mental durante atividades que exigem atenção sustentada

 

  • Reduzir a impulsividade  

    • Maior controle sobre reações imediatas

    • Diminuição de interrupções em conversas

    • Melhoria na capacidade de pensar antes de agir

    • Redução de comportamentos de risco

 

  • Equilibrar os neurotransmissores  

    • Regulação dos níveis de dopamina e noradrenalina

    • Otimização da comunicação entre diferentes áreas cerebrais

    • Estabilização do humor e das emoções

    • Melhoria no processamento de informações

 

  • Otimizar o desempenho diário  

    • Aumento da produtividade no trabalho ou estudos

    • Melhoria na qualidade do sono

    • Redução da fadiga mental

    • Maior consistência no desempenho ao longo do dia


O tratamento medicamentoso do TDAH é respaldado por décadas de pesquisas científicas e representa uma ferramenta importante no manejo do transtorno. 


Os medicamentos mais comumente prescritos pertencem a duas categorias principais: estimulantes (como o metilfenidato) e não estimulantes. 


A escolha do medicamento mais adequado é individualizada e leva em consideração diversos fatores, incluindo idade, severidade dos sintomas, condições médicas coexistentes e preferências do paciente.


É fundamental ressaltar que o uso de medicação para TDAH deve sempre ocorrer sob supervisão médica rigorosa. 


O médico realizará avaliações regulares para monitorar a eficácia do tratamento, ajustar doses quando necessário e verificar possíveis efeitos colaterais. O objetivo não é apenas controlar os sintomas, mas proporcionar uma melhor qualidade de vida global ao paciente.


A medicação geralmente apresenta melhores resultados quando combinada com outras formas de tratamento, como a terapia cognitivo-comportamental e mudanças no estilo de vida. 


Esta abordagem integrada permite que o paciente desenvolva habilidades e estratégias para lidar com o TDAH enquanto recebe o suporte farmacológico necessário para otimizar seu funcionamento cerebral.


Conclusão

Se você se identificou com várias das características mencionadas, é importante buscar ajuda profissional. 

O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem melhorar significativamente sua qualidade de vida e seu desempenho em diferentes áreas. 

Lembre-se: ter TDAH não é uma escolha, mas buscar ajuda e tratamento é.


Dr. Galiano Moura, psiquiatra e psicoterapeuta em São José dos Campos e região

O Dr. Galiano Moura, psiquiatra e psicoterapeuta, atua em São José dos Campos e região, oferecendo tratamentos personalizados para ansiedade, TDAH e depressão.


Agende uma consulta com o Dr. Galiano Moura e dê o primeiro passo rumo à sua recuperação. Telefone: (12) 98274-6076

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